O legado do Internet Explorer

O legado do Internet Explorer
Se você é programador, detesta o Internet Explorer. Se você é webdesigner, detesta o Internet Explorer. Se seu trabalho envolve utilizar navegadores web, você detesta o Internet Explorer. Se você é um simples usuário que gosta de acessar o Facebook de vez em quando… bom, você provavelmente detesta o Internet Explorer.
Sim. O Internet Explorer foi (e é) o navegador mais odiado pelo público. Mas, a que exatamente se dá toda essa intolerância ao famigerado navegador da Microsoft? Alguns dizem que é lento demais, alguns dizem que é ultrapassado demais, outros já dizem que não possui recursos ou extensões legais e, por fim, alguns simplesmente o odeiam.
A verdade é que ele é tudo isso citado acima, ou melhor dizendo, foi tudo isso citado acima. O Internet Explorer, até a sua versão 8, foi um navegador completamente ultrapassado, pobre em recursos, lento ao extremo e, por experiência própria, digo que foi um grande tormento para desenvolvedores web. O problema do navegador, em suma, foi o mesmo até esta versão: ele sempre foi o amigo lento, aquele que só entende a piada no dia seguinte, que fica sabendo da maior novidade no mês seguinte, etc.
Enquanto os navegadores ganhavam suporte a CSS3, HTML5, a Local Storage, a App Cache, Canvas e as demais maravilhas da web moderna, as versões do IE continham, basicamente, duas novas mudanças: compatibilidade com a nova versão do Windows e algumas atualizações internas de segurança.
Durante alguns anos, essas falhas causavam grandes, enormes, terríveis dores de cabeça: você testa seu website no Chrome, no Firefox, no Safari, no Opera e não encontra nenhuma falha. Então você abre no Internet Explorer 8 e… é. Horrível. Até este ponto, é perfeitamente compreensivel que as pessoas odeiem o pobre coitado, mas é preciso sempre estar atualizado, e, quem está, sabe que nas suas novas versões, o IE está ganhando alguma atenção especial da equipe da Microsoft. Na minha opinião, ainda não alcança os gigantes, mas hoje, na sua 11ª versão, ele finalmente está mais próximo do grupo dos “descolados”. Mas isso não é suficiente: infelizmente, existem mais dois problemas com o Internet Explorer:
 
A Microsoft
Alguns dirão que isto não é um problema, mas sim uma tática para vender mais. Mas leve em consideração que sou um desenvolvedor, falando do lado dos desenvolvedores e que não se importam se a Microsoft lucra ou não com isso: as novas versões do Internet Explorer são compatíveis apenas com as novas versões do Windows. Isto é, se você quiser usar a última versão do IE, vai ter que usar a última versão do Windows. E, em um mundo perfeito, isso custa uma licença novinha pro Windows 8, o que ao meu ver, é uma ação completamente burra. Atualmente, depois de um tempo as novas versões do navegador também chegam para o Windows 7, mas ainda tem o Vista e o XP (que mesmo após ter sido oficialmente aposentado, ainda possui muitos usuários no mundo inteiro), e quem não pagar uma licença nova, simplesmente não aproveita o que a web moderna tem de melhor pra oferecer.
 
Os desenvolvedores
Não são poucos os desenvolvedores que acreditam cegamente que cross-browser significa que o site deve funcionar até no IE 6. Isso é uma conclusão completamente errônea.
A palavra mandatória nos websites de hoje em dia é inovação. Sites comuns, blocados e organizados são apenas sites (veja bem, não estou dizendo que são ultrapassados). Um site que faz um uso interessante das novas tecnologias e que indaga o usuário a interagir, este sim é um site digno de ser considerado “da nova era”, e justamente por ser tão moderno, não faz sentido nenhum ele precisar funcionar em navegadores de três, quatro anos atrás. Quanto mais atenção os desenvolvedores derem a essas versões antigas, mais essas viverão. É o mesmo que dizer: “olha IE, eu te odeio e sei que você sabe, mas sempre vai ter um espacinho pra você aqui”. É preciso deixar de lado esses navegadores e, aos usuários que insistirem, simplesmente o force a utilizar uma versão atualizada, ou um navegador gratuito de verdade, de preferência. Criar uma mensagem dizendo “Atualize seu navegador” é muito mais viável que criar uma versão movida a gambiarras do seu site só pra fazer com que meia dúzia de usuários visualizem o site com navegadores pré-históricos.
 
Uma pergunta a você, desenvolvedor web: você faz testes de compatibilidade de todos os seus sites para funcionar no Firefox 3? No Chrome 13?
São versões antigas e ultrapassadas dos navegadores, e o IE 6, 7 e 8 não está fora da lista. É preciso pensar em navegadores novos, só assim você tira o máximo dos recursos disponíveis e consegue um website leve e moderno.
Pessoalmente, eu acredito que se os desenvolvedores web se concientizarem de que navegadores antigos são, em parte “descartáveis”, a qualidade dos websites só tende a melhorar. A solução não é complicada e não mata ninguém: ao invés de criar uma versão específica para navegadores antigos, use uma mensagem informando ao usuário que o navegador é antigo, incompatível e que o site não será bem visualizado neste navegador.
Por fim, uma solução que tenho usado e que funciona muito, mas muito bem, é incluir links diretos para o download de navegadores compatíveis. O usuário clica, baixa e instala o navegador atualizado e todo mundo fica feliz :)
E você, desenvolvedor web, que medidas toma com (ou contra o) legado do Internet Explorer 6-8 (e demais navegadores em suas versões antigas)?